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terça-feira, 27 de setembro de 2011

A CADA DIA SUA ALEGRIA!...


A CARINHA DE TERÇA FEIRA






Dedicado a meu amigo  Carlito  Lima,um jovem senhor de setenta anos que faz da vida uma oração de felicidade.

Só se anda com as pernas
Só se come comida
Só se lembra o passado
Só se vive uma vida.
                                Millôr

Li que hoje é o dia do idoso,mas,quer saber,acho isso uma redundância.
Você ,não?
Para alguém que já conquistou o direito de passar dos sessenta,criou os filhos,teve a vida adulçorada  pelos netos e ainda continua amando a vida apesar dos percalços – ou por causa deles,pois o que não me mata me fortalece – todo dia é dia de alegria.
À beira de setentear é assim que encaro o meu dia a dia,as minhas rotinas.
Como essa de sentar aqui e sacanear o PC que insiste em por aqueles ridículos tracinhos vermelhos sob as palavras que invento.Parece o Código Hayes de sinistra memória que passava a faca em quase todos os filmes americanos dos anos 50.
Enfim,como essa máquina demoníaca foi inventada lá...
Tive uma vida trabalhosa e atribulada como todo mundo; muitas batalhas vencidas,algumas perdidas,mas,se cheguei até aqui é porque sou uma vencedora.Você,também,querido/ querida que está neste justo momento lendo essas mal traçadas.
Estamos quase sendo contemplados com a imortalidade.Quando eu tinha quinze primaveras,o Brasil era um país de jovens.As  mulheres  quarentonas eram consideradas velhas,cobriam-se de preto e davam para freqüentar igrejas e padrecos.As setentonas de hoje vestem-se de vermelho,enfeitam-se,passeiam,vão á praia de bikini,e dão para baladas e shows de humor e música.
.Nada de rezar para crucifixos mudos e surdos nos altares;algumas preferem uma bela cruz de ouro no colo ainda não devastado pela flacidez.
Muitos chegam ao centenário
Diferente,né?
Melhor,eu acho...
Bom,não desconheço que existem idosos que ,em vez de vinho,viram vinagre no fim da vida;vêem chatices em tudo.Reclamam de tudo.Implicam com tudo.
“A cada dia,sua agonia” repetem compungidamente como se detivessem a verdade universal.
Pois é,eu digo que esses,coitados,estão desperdiçando seu patrimônio de alegria e tolerância.Não mereceram essa vida a mais   que receberam de presente.
Você não acha?

                   Charges




DITADOS POPULARES EM TROVAS

Ó meu pai, casa-me logo,
Enquanto sou rapariga:
O milho plantado tarde
Nunca produz boa espiga.


A maré quando enche e vaza,
Deixa a terra descoberta...
Vai-se um amor e vem outro;
Nunca vi coisa tão certa.


O direito do anzol
É ser torto e ter barbela,
O direito do rapaz
É casar com uma donzela.



Toda desgraça do homem
É falar fino e esmorecer,
Larga a muié e mora perto,
Prá todo dia ela ver.



Outra, certeira como uma flecha, tem origem no Nordeste:
O homem que bebe e joga,
Mulher que erra uma vez...
Cachorro que pega bode,
Coitadinhos deles três!...


Duvido haver como este
Um ditado mais profundo:
Dinheiro e mulher bonita
É quem governa este mundo.








                                              quadrinhos






sábado, 17 de setembro de 2011

A MELHOR QUALIDADE!...


-Bom dia, senhor vigário.A Dona Sinhazinha me mandou aqui porque disse que vosmicê está sem empregada.Ela acha que eu posso servir.
-Ah, ela pensa assim, tá certo; mas,me diga,o que você sabe fazer?Eu preciso de quem cuide de tudo, aqui  em casa.Lavar,passar,cozinhar bem.Aprecio um bom prato.
-Seu Padre, sei cozinhar muito bem;faço baba-de-moça,pasteizinhos de bacalhau,carne com repolho,galinha ao molho pardo,tudin’ o que o sinhô gosta.
-E brigadeiro, você faz?Adoro brigadeiro!
-Claro!E faço também ovos mexidos,fígado com batatas,arroz doce,pavês...
-É,mas,você é moça e bonita,daqui há pouco se casa,emprenha e,olhe eu de novo sem empregada.
-Padre,eu sou estéril;o médico disse que nunca vou gerar filhos.
-Mulher de Deus, porque não disse logo.Tá empregada,rapariga!




 GREGÓRIO DE MATOS GUERRA
DEFINE O POETA OS MAUS MODOS DE OBRAR NA GOVERNANÇA DA BAHIA, PRINCIPALMENTE NAQUELA UNIVERSAL FOME QUE PADECIA A CIDADE.
MUITO ATUAL E DEDICADA AO PREFEITO DE SALVADOR QUE QUER PRIVATIZAR O ELEVADOR LACERDA. NORMAL,ESSE PREFEITO SÓ FAZ M....!
Que falta nesta cidade? ... Verdade.
Que mais por sua desonra? ... Honra.
Falta mais que se lhe ponha? ... Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade, onde falta
Verdade, honra, vergonha.

Quem a pôs neste socrócio? ... Negócio.
Quem causa tal perdição? ... Ambição.
E o maior desta loucura? ... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que o perdeu
Negócio, ambição, usura.

Quais são meus doces objetos? ... Pretos.
Tem outros bens mais maciços? ... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos? ... Mulatos.

Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao demo o povo asnal,
Que estima por cabedal
Pretos, mestiços, mulatos.

Quem faz os círios mesquinhos? ... Meirinhos.
Quem faz as farinhas tardas? ... Guardas.
Quem as tem nos aposentos? ... Sargentos.

Os círios lá vêm aos centos,
E a terra fica esfaimada,
porque os vão atravessando
Meirinhos, guardas, sargentos.

E que justiça a resguarda? ... Bastarda.
É grátis distribuída? ... Vendida.
Que tem, que a todos assusta? ... Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça,
Que anda a justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.

Que vai pela clerezia? ... Simonia.
E pelos membros da Igreja? ... Inveja.
Cuidei, que mais se lhe punha? ... Unha.

Sazonada caramunha!
Enfim, que na Santa Sé
O que se pratica, é
Simonia, inveja, unha.

E nos frades há manqueiras? ... Freiras.
Em que ocupam os serões? ... Sermões.
Não se ocupam em disputas? ... Putas.

Com palavras dissolutas
Me concluo na verdade,
Que as lidas todas de um frade
São freiras, sermões, e putas.

O açúcar já se acabou? ... Baixou.
E o dinheiro se extinguiu? ... Subiu.
Logo já convalesceu? ... Morreu.

À Bahia aconteceu
O que a um doente acontece:
Cai na cama, e o mal lhe cresce,
Baixou, subiu, e morreu.

A Câmara não acode? ... Não pode.
Pois não tem todo o poder? ... Não quer.
É que o governo a convence? ... Não vence.

Quem haverá que tal pense,
Que uma Câmara tão nobre
Por ver-se mísera, e pobre
Não pode, não quer, não vence!

GLOSSÁRIO:

Socrócio - aperto, ambição; furto.
Círios - sacos de farinha (a grafia correta é sírios)
Simonia - venda de coisas sagradas.
Unha - roubalheira; avareza; tirania, opressão.
Sazonada caramunha - Experimentada lamentação! (Soares Amora). A expressão tem sentido ambíguo. Sazonada é derivado de sazonar e equivale a amadurecida. Caramunha pode ser "a cara das crianças quando choram" ou a "lástima pelo próprio mal que se causou".
Manqueiras - Vícios, defeitos; doença infecciosa no homem e em certos animais.






terça-feira, 6 de setembro de 2011

ESTRANHOS VIZINHOS!

   
João era caixeiro viajante há quase vinte anos e ainda não se acostumara com hotéis; se é que se pode chamar de hotel os bate-freges que era obrigado a se hospedar por esses brasis afora.
Por isso, ficou contente quando chegou naquela cidadezinha perdida  no fim- do- mundo e hospedou-se no único hotel da cidade onde  lhe deram um quarto,cujos vizinhos,um casal de velhos setentões,pareciam bastante calmos.
-Graças aos céus! disse.Estes, com certeza,vão me deixar dormir tranqüilo.
Deve-se esta exclamação de alivio,aos pesadelos de noites anteriores,onde,nos quartos vizinhos,caminhoneiros e putas,enchiam o ar de gemidos,palavrões e berros obscenos.
Pois bem,nosso amigo,sossegado,depois de um banho reparador,atirou-se na cama e pegou no sono.
De repente, acorda.Através da parede fina,ele escuta duas respirações ofegantes.E ouve a voz da velhinha:
-Oh,Miguel! Assim,não! Põe-te por cima que entra melhor.
João pensou:-Papagaio! Prá gente da vossa idade,os dois não vão mal.
E começou a prestar atenção no dialogo.
-Miguel,te esforça melhor,não entra, não!
-E esta agora! Pensa João.Que velha mais assanhada!
O velho fala:
-Amor,não posso mais!Tem pena do teu  marido,estou morto de cansado!  Olha,meu bem,fica tu,agora,em cima,talvez entre!
João, apesar do sono,começou a rir.
-Que pega prá capá mais divertido,pensou.Enquanto ria,ouviu a voz da velha:
-Não entra, não vês!?Mas, há um jeito;vamos ficar os dois de cima.
João parou de rir.
- Pombas! Olha que já vi de tudo nesta vida,menos disso.Esta,quero ver
.E subindo no leito,ficou na ponta dos pés,olhando para o quarto do vizinho através de um buraco na parede de adobe.De repente,soltou uma gargalhada.
Os dois velhinhos estavam  sentados em cima de uma enorme mala de couro,na qual se apóiam com todas as suas forças,na intenção de fechá-la.






            O CASAMENTO,ANTES E DEPOIS

Ele: - Finalmente. Custou tanto esperar por este momento.
Ela: - Você quer que eu vá embora?
Ele: - Não! Nem pense nisso.
Ela: - Você me ama?
Ele: - Claro! Muito, muito!
Ela: - Alguma vez você já me traiu?
Ele: - NÃO!!!
Ela: - Me beija.
Ele: - Evidente! Sempre que possível!
Ela: - Você seria capaz de me bater?
Ele: - Você está doida! Jamais!
Ela: - Posso confiar em ti?
Ele: - Sim.
Ela: - Querido!
DEPOIS:LEIA DE BAIXO PARA CIMA.

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